Nas palavras destemperadas, em que tropesso
A enfeitar frases duras, despidas de piedade
Não poderei adoptá-las, porque as não peço
Por muito que queiram, impôr-me como "verdade"
« A PINTURA »
Nesse quadro negro, em que se é pintura
No frequente, modelo de maldição
Como figurante, tantos reles, criatura
É ir a juzante...e eles aí estão !
No " Atelier sagrado", apenas o pintor
É imaculado e de nobre sentimento
A só Ele cabe, a sentença de impôr
No que pinta sem alma, não há sofrimento
Só quando o Carrasco em pintura, já pronta
Num quadro escuro, que o "EGO" pintou
È diabo negro, de reles criatura
Que num auto- inferno, o pintor defronta
Num sonho louco, onde a tinta secou
Com o pincel preso, em vaidade sem cura