Vivo na raiz do tempo
Onde a água não chegou
Com rochas em sedimento
Onde a esperança secou
Vivo de muita saudade
Em solidão permanente
Encerrado na verdade
Com a felicidade ausente
Vivo na minha jangada
Nesta escuridão metido
Em noite sem madrugada
Onde nada faz sentido
Há noites de temporal
Nesta vida que sustento
Neste inverno de tormento
Nesta raiz sempre igual
Guardo no mar, meu companheiro
Segredos, que a ninguém digo
No meu signo marinheiro
Tenho um rosário de castigo