Num fado que a noite, cantou ainda dia
Em palco enegrecido, fosco mas escuro
Em penumbra opaca, em jeito de muro
Revestido com xailes de pura homogenia
Com letras inventadas antes do futuro
Em correntes de lama, de maré vazia
São vozes agrestes, que essa noite ecoa
Farrapo de arrepiar, quando gritado
Intemporal, com vaidade, que não de Lisboa
Do tempo dos escravos, que é passado
Onde apenas o "ego"Vinga e não perdoa
Com a etiqueta, da garantia do "recado"
Nessa noite que surge antes do Sol pôr
No trinar, de ruidos, surdos e afinados
De uma Harpa sem cordas e adestrada
Num hino, debroado com notas de rancôr
Inventando temporais, em "noites de fados"
De "fadistaço-rei" na ùnica " ESTRADA"
Que