Junho 28 2010

 

Tenho na estrada da vida

Duas faixas separadas

Uma delas divertida

Outra de sombras marcadas

 

Nessa parte divertida

Sonhada no virtual

No real, nunca vivida

Imaginada... Total

 

A letras de ouro foi escrita

No meu livro de saudade

Numa verdade restrita

Com raiz na mocidade

 

Foi só por mim iventada

Por amor de um ser ausente

Vivi-A ,tão docemente

Deixou-me a vida marcada

 

Ainda assim emuldurada

Na raiz do pensamento

Sou feliz neste momento

Nesta amizade sonhada

 

Encontrei-a por final

Neste sonho realizado

Vivido no virtual

Foi no real,  terminado

 

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Na outra faixa sombria

Feita de espinhos e fráguas

Onde os tormentos e máguas

São noite cerrada e fria

 

Não circulo nesse inferno

Está de todo abandonada

Quero evitar essa estrada

Que leva ao castigo eterno

 

Nesta vida bem real

Ou outra na fantasia

Há quem escolha a virtual

Porque a real está vazia

 

Na Jangada da Saudade

Arquivo os meus pensamentos

Tenho pendurada a verdade

Que flutua aos quatro ventos

 

                                                  Feliz Semana!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por severino às 10:29

Junho 26 2010

Vivo na raiz do tempo

Onde a água não chegou

Com rochas em sedimento

Onde a esperança secou

 

Vivo de muita saudade

Em solidão permanente

Encerrado na verdade

Com a felicidade ausente

 

Vivo na minha jangada

Nesta escuridão metido

Em noite sem madrugada

Onde nada faz sentido

 

Há noites de temporal

Nesta vida que sustento

Neste inverno de tormento

Nesta raiz sempre igual

 

Guardo no mar,  meu companheiro

Segredos, que a ninguém digo

No meu signo marinheiro

Tenho um rosário de castigo

 

publicado por severino às 13:32

Junho 17 2010

Voltei hoje a encontrá-la, simples, bela, segura como sempre a imaginei, com o mesmo sorriso encantador como na adoslecência,apesar das décadas já passadas.

A nossa separação aos 13 anos, a pouco menos de um ano da morte da minha mãe, acentuou mais a sua falta e dessa data em diante edifiquei-a no meu imaginário como único refúgio, sonhava-a quase a cada dia, como se a tivesse próximo. Ela para mim era a perfeição a alegria e o seu semblante gaiato, bondoso sempre sorridente preenchia todo o vazio de orfandade em que havia caído. Passados alguns anos cheguei a temer encontrá-la, esquecida da nossa relação, porque mantinha-a mais amada que nunca a cada ano que passava e nos momentos de solidão era  Ela que me envolvia nos meus sonhos.

Conheci aos 28 anos a minha companheira da vida real, mas sem que me sentisse infiel, nunca a esqueci e nos periodos de ausência em Angola,Moçambique e Guiné,na minha vida de militar, era Ela a minha companhia,que sempre presente, quase como uma imagem de adoração religiosa.

Hoje casualmente cruzamo-nos numa das ruas mais concorridas da cidade, convidei-a para tomar um café, numa esplanada junto ao rio e lá conversámos cerca de hora e meia sobre o decorrer das nossas vidas. Falou-me que esteve emigrada em Marrocos e na Venezuela, falou-me com adoração dos filhos e netos, enfim, parece-me feliz enamorada da vida.

Espero nunca ter a coragem de lhe revelar tudo o que ela constituiu para mim ao longo de tantos anos e mantê-la nos meus sonhos hoje com um sentimento de amizade que a sua presença me proporciona cimentado ao longo da vida, naquele sublime amor de infância.

Os seus cabelos grisalhos, denunciam-lhe o passar dos anos, mas no seu rosto a confiança, a bondade e o  sorriso transpiram  felicidade.  

publicado por severino às 23:14

Junho 05 2010
publicado por severino às 15:45

Junho 05 2010
publicado por severino às 15:27

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